Viajantes que passaram por aqui...

sábado, 30 de abril de 2011

Pela janela...Um espelho


Ela olhou da janela.
Eu pude sentir a sua alma ao longe a me observar
Consegui ver seu rosto através do vidro por pouco mais de um minuto.
Pude ver que ele me procurava enquanto estava indo embora
Apesar da chuva caudalosa,pude reparar nos seus olhos cansados,na beleza triste da tal mulher solitária.
A sensação de que faltava algo me possuía...
Poderia jurar que ela procurava algo,ou alguém...Mas a rua estava calma e vazia.
Sentia como se pudesse velo no outro lado do espelho enquanto eu me olhava...
Talvez fosse impressão.
Talvez estivesse ficando louca!
Talvez fosse a esperança de que estivesse procurando por mim..
Eu me perguntava se ele se perguntava as mesmas coisas
Mas não pode ser casual,não pode!
Enquanto fitava os olhos no horizonte... fixava em um ponto distante e bem longe no futuro.
Ela nunca olha pro lado de fora.
Ele nunca deixa se dominar por seus sentimentos
Estará presa a força? Ou prisionando a si mesma?!
Era estranho pois o coelho branco de cartola nunca fora tão tentador!
Não sabe o quanto anseio entrar em seu mundo.
Saber que ele agoniza em seus pensamentos e que a causa da doença dele leva meu nome
Cura-la da angústiante solidão com apenas um toque, na sua mão delicada, que escreve poemas.
Nos seus poemas que cantam sobre nós que choram nossas lagrimas que sangram nossas almas
Que poderia eu fazer para que ela soubesse que somos iguais? A mesma alma
O mesmo coração a mesma lucidez
atormentada,de pensamentos inquietos, dividida em dois corpos..
divididas em dois mundos distintos que se tocam em uma vontade um só desejo...
Não sei.
Só sei e penso... tento não enlouquecer!
Acho que passarei todo o resto de vida,suprindo sua falta com devaneios.
Com ilusões que me faço acreditar
Mas definitivamente,nunca esquecerei dela..Dos seus olhos negros e brilhantes,mas não
Os olhos dele que eram como sangue e esmeraldas presas em um corpo humano...
como os de quem acabou de chorar..era mais como se prendessem lágrimas,muitas lágrimas..que tentavam transbordar e esvair-se de suas cadeias..em vão.
E é  no meio dessa tela de vidro... se reflete um outro eu... minha outra metade.

                                     Duetos

R-L